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Boletim Informativo Nº 56
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ESTADO ATUAL DA TAVI

Dr Alan Nascimento Paiva

O implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI) é uma técnica revolucionária no campo da cardiologia intervencionista, que tem se estabelecido como uma alternativa segura e eficaz à cirurgia de substituição valvar aórtica convencional em pacientes de alto risco cirúrgico. O TAVI tem sido amplamente estudado e aprimorado ao longo dos anos, resultando em avanços significativos no estado da arte dessa abordagem.

 

O procedimento de TAVI envolve a utilização de uma válvula biológica dobrada e fixada em um cateter, que é inserido percutaneamente através de uma artéria femoral ou subclávia e guiado até a posição da válvula aórtica. A válvula é então implantada dentro da válvula aórtica nativa, substituindo a função valvar comprometida. A escolha da via de acesso e do tipo de válvula a ser utilizada depende de fatores como a anatomia do paciente e a preferência do operador.

 

Uma das principais vantagens do TAVI é a sua abordagem minimamente invasiva, que reduz significativamente o trauma cirúrgico e o tempo de recuperação em comparação com a cirurgia convencional. Além disso, o TAVI permite o tratamento de pacientes idosos e com comorbidades significativas, que seriam considerados de alto risco para a cirurgia convencional.

 

O avanço tecnológico das válvulas aórticas percutâneas tem sido notável. As válvulas de primeira geração foram aprimoradas para reduzir o risco de complicações, como o vazamento paravalvar e o bloqueio do feixe de condução. As válvulas de segunda geração apresentam melhorias no design e na estrutura, permitindo uma implantação mais precisa e uma função valvar mais adequada.

 

A avaliação pré-procedimento desempenha um papel crucial no sucesso do TAVI. A utilização de técnicas de imagem avançadas, como a ecocardiografia transesofágica e a tomografia computadorizada, é fundamental para a seleção adequada dos pacientes, o planejamento do procedimento e a avaliação da anatomia aórtica. Essas ferramentas permitem uma análise detalhada da anatomia valvar, do tamanho do anel aórtico e da presença de calcificações, auxiliando na escolha da válvula apropriada e na prevenção de complicações durante o implante.

 

Estudos clínicos recentes têm demonstrado a eficácia e a segurança do TAVI em pacientes de baixo e médio risco cirúrgico, expandindo ainda mais as indicações dessa técnica. Resultados de estudos como o PARTNER 3 e o Evolut Low Risk mostraram que o TAVI é não inferior à cirurgia convencional em termos de desfechos clínicos, abrindo caminho para a utilização do TAVI como uma opção terapêutica de primeira linha em pacientes de baixo risco.

 

Apesar dos avanços significativos, desafios persistem no campo do TAVI. A seleção adequada dos pacientes, a avaliação cuidadosa da anatomia aórtica e a prevenção de complicações, como o vazamento paravalvar e o bloqueio do feixe de condução, continuam sendo áreas de atenção e pesquisa. Além disso, a longo prazo, o acompanhamento clínico e a avaliação da durabilidade das válvulas aórticas percutâneas são essenciais para garantir a eficácia e a segurança a longo prazo dessa abordagem.

 

Em conclusão, o TAVI é uma técnica inovadora e em constante evolução no tratamento da estenose aórtica. Com resultados clínicos promissores, avanços tecnológicos e uma ampliação das indicações, o TAVI está se tornando uma opção terapêutica cada vez mais importante para cardiologistas, oferecendo uma alternativa segura e eficaz à cirurgia convencional em pacientes de alto risco cirúrgico.

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